quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Sobre ser um pedaço de carne. ( Meu primeiro assédio)





A pouco tempo várias mulheres resolveram relatar como aconteceu seus primeiros assédio. É repugnante, e inadmissível qualquer tipo de assédio sexual, e ler todas essas histórias me despertou para o meu primeiro assédio que por muito tempo não considerava isso.


"Eu deveria ter por volta dos meus 12 anos, tinha um short com um tope branco com desenhos de lua e estrela que eu simplesmente adorava! Lembro da rua que isso aconteceu, do que senti e do rosto do homem que me assediou.
Tinha ido até a padaria comprar pães, nessa época era perto da minha casa, na volta eu senti alguém por trás esbarrar em mim e passar a mão na minha bunda. A pessoa ainda teve a coragem de me olhar com aquele sorriso malicioso e pedir ''desculpas'', os primeiros pensamentos foram ''Ele realmente passou a mão em mim ou foi impressão?'' e no final não acabei contando para ninguém, talvez ele tenha mesmo somente esbarrado.Voltei para casa, cheia de culpa vergonha e horror.''


 E é exatamente isso que todas as mulheres desse mundo carregam, o silêncio. É ouvir ''delicia, gostosa, ó lá em casa'' todos os dias ao sair na rua por homens que acreditam que esse tipo de expressão é um elogio. É pensar duas vezes antes de colocar um vestido no calor de matar por se sentir constrangida e coagida com os olhares machistas, por não ser respeitada.
E já passou da hora, já passou da hora de soltarmos o verbo, e lutarmos sem parar com esses nojentos machistas que jamais vão entender o medo de andar por uma rua sozinha no escuro, Passou da hora de reagirmos ao ''psiu'' nas ruas, passou da hora de falarmos mais alto e nós juntarmos.
Para as mamães de meninos, espero que saibam da responsabilidade imensa que está em suas mãos e começa com vocês também. Façam sua parte de educa-los sabendo valorizar uma mulher, que eles brinquem de bonecas, casinhas e não deixem o preconceito e o machismo impedir isso, que não deixem ser ''o garanhão do papai, o pegador'', que jamais mexam e tratem uma mulher como um pedaço da carne, seja na rua, em casa ou em qualquer outro lugar. Que não se sintam superiores ás mulheres em ocasião alguma e acima de tudo ensinem o principio de igualdade.

Por fim: VAMOS FAZER UM ESCÂNDALO!





sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Voltei







Voltei a escrever, é.
Sinto dizer que isso não é boa coisa. Essa turbilhão de palavras só me fazem essa visita quando alguma coisa está errada, é como um grito de socorro que ninguém pode decodificar. Deve ser porque quando esse vazio chega, só a caneta e o papel pode tentar preenche-lo, e não posso deixar de agradecer por eles me fazerem companhia, mesmo quando os tenho abandonados por meses. Aprendi a evitar esse vazio por tanto tempo, e ser sugada para esse abismo novamente me mostra uma luta toda que foi travada em vão. É como se ele sempre esteve escondido debaixo da minha cama como os monstros contados nas histórias de crianças,esperando anoitecer para aparecer. E a noite chegou me trazendo os medos,as frustrações por esperar tanto de mim mesmo, das pessoas, do mundo.
 






Escrever é um excesso imperdoável que nasce da FALTA' - Carpinejar

Estações






Vamos começar pelo gélido inverno, se fosse para eu definir uma cor para cada estação do ano, ele seria o branco. É aquele frio de gelar os ossos como nossos avós sempre dizem, a ponta do nariz fica vermelho, as mãos parecem nunca esquentar e se fossemos desenhos animados os dedos ficariam azuis. É a época das toquinhas graciosas de lãs, de tirar os cachecóis das vovós da gaveta e brigar para aquela sua luva caber nos seus dedos. Dos abraços quentinhos que o Olaf tanto gosta, dos casais todos juntinhos andando na rua e se protegendo dos ventos cortantes.

E se no inverno é tudo muito apagado, o verão vem para iluminar os olhos. Quem nunca ''fritou'' as solas do pé ao esquecer o chinelo e ao sair da areia fofinha da praia ter que correr como louco pelo asfalto? Claro que a cor dele seria o amarelo, o dourado que clareia, que aquece, que brilha e mostra para todos quem é o dono do céu. Com o verão vem os banhos de mar, piscina, quedas de cachoeiras. Vale tudo para se refrescar, até mesmo os banhos de mangueiras que marcou tantas infâncias.

Já o Outono é o meio termo,o chove não molha. Época de deixar os casacos grossos de lados, e apostar nos suéters, do barulhinho das folhas secas e das arvores que parecem ter sido tiradas dos filmes do Tim Burton. Sua cor seria o cinza, sempre achei ele meio apagado. Minha vida é cercada de incertezas e sou a mestre do meio termo,logo Outono deveria ser minha estação preferida,tanta semelhança.. Porém...

Meu coração é da Primavera,ela que é a dona de todas as cores. Se quer começar algo novo na sua vida, deveria aproveitar quando as flores estão florescendo. Essa estação vem carregada de uma palavra que tenho uma grande ''afeição'',a conhecida esperança. Tem como esquecer dela ao ver as calçadas como tapetes repletas de flores caídas das arvores como se estivessem apenas descansando? A primavera sempre será a parte mais linda de um ano inteiro, e sua espera sempre contadas nas folhas do meu calendário. Todas as cores que me lembram apenas uma coisinha, o amor.




sexta-feira, 13 de junho de 2014

Dois anos.





Hoje eu paro de contar os meses, a partir de hoje você tem dois aninhos. Ainda sinto que alguém apertou o botão de avançar nesse filme das nossas vidas. Já começo a sentir falta de quando você saia sujando todos os joelhos das suas roupinhas quando descobriu a engatinhar. De sair colocando o mundo inteiro nos seus dentinhos, ai aquela gengiva malvada que coçava sem parar.
Porém por outro lado é uma alegria imensa vendo você confundir o azul pela rosa, ou achando que todas as frutas e legumes são batatas. Ver você crescendo, quase ficando da minha altura e não querendo largar o meu colo, mesmo quando já estou ofegante e perdendo meu braço é algo que aquece meu coração.
Ouvimos dizer que os filhos são do mundo, você aprende a trocar fraldas, aceita comer bolachas babadas para um dia ele já conseguir andar com suas próprias perninhas, para ele criar sua própria independência. E eu sei que você meu pequeno já está aprendendo a colocar a sua armadura, não é por acaso que você tem o nome de um dos melhores reis da historia, conhecido por sua bondade e bravura.

Hoje o aniversario é seu, porém há a mais de dois anos você me da presentes com sua presença, com suas palavrinhas todas emboladas, por ter me mostrado esse amor tão puro que me trouxe as melhores coisas do mundo.

Eu te amo, meu pequeno Rei ♥

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Agradecimentos.



Acordo e você está ali todo espalhado ao meu lado, vou dormir a noite e você me puxa para o seu peito afim de me aquecer do frio da madrugada. Outra manhã, e novamente ao abrir os olhos você anda está do meu lado, todo enrolado nas cobertas, perdidos nos sonhos



 Estaria mentindo que acabei de realizar um sonho de menina. Casamento nunca esteve nos meus planos, as senhorinhas que encontrava pelo meu caminho sempre me dizia que isso era uma questão de tempo, tempo para eu perceber que bem lá no fundo, em algum momento eu ia sim querer alguém para acordar ao meu lado, para dividir a minha vida. Passou os anos, passou os amores e essa vontade de colocar uma aliança dourada no meu dedo e ser a esposa de alguém não surgia. Tudo começou quando os finais de semana demoravam demais para chegar, então resolvemos que nós veríamos alguns dias da semana também. (Porque não?)Dias, poucos dias, 7 dias da semana.
Se soubesse como me falta palavras para descrever esse giro de 360 graus que demos nas nossas vidas, como me falta palavras que diga o marido fantástico que você se tornou para mim, somente para mim. E estou extremamente feliz por ter trocado a palavra ''meu/minha por nosso'' Nossa casa, nossa cozinha que aguenta as minhas tentativas de preparar um prato decente e tem virado minha amiga, nosso sofá que me deixa neurótica quando o Arthur inventa de lambuzar de chocolate, nosso amor que me enche de esperança.
Essa tal felicidade gosta de realmente nos surpreender, gosta de fazer pensarmos que é complicado demais encontra-la, quando está simplesmente escondida em uma tentativa de fazer um jantar ou em um sorriso quando o vejo chegando do trabalho e abraçando nosso pequeno.
Algumas coisas podem levar anos para acontecer, outras em um abrir e fechar dos olhos. Você veio de uma forma repentina, pediu para mudar toda a minha vida em segundos e me fez amar em questão de milésimos.



Obrigada por ter me escolhido




terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Rimar - Amar.


Então você tem a sensação que está olhando através de um papel de sonho de valsa. É tudo tão rosa, que até mesmo eu que sempre achei essa cor muito menininha acabei gostando.





Só tem uma palavra que vem martelando na minha cabeça nas ultimas semanas que é permitir-se. Eu permiti que você segurasse as minhas mãos dentro daquele caos que é o metro de São Paulo, que me ajudasse a ter equilíbrio enquanto as barras de ferro pareciam inalcançáveis. Permiti que os verdes dos seus olhos ficassem gravados em mim na manhã seguinte, junto com o sorriso que passou a ter nome e motivo. Que bagunçasse os meus lençóis, que deixa-se seu perfume no meu travesseiro. Que cuidasse de mim. Se o destino gosta de pregar peças e sair para brincar, ele se uniu com um sentimento ai que eu pensei que estava de férias e resolveu aparecer para me fazer uma visita. Veio trazendo poesias, logo eu que nunca me arrisquei a escrever versinhos e que achava essa coisa de amar e rimar historia para contar em filmes. E por falar em filmes, me fez querer entregar um amor de cinema, com direito a tela com final feliz e créditos de agradecimentos.

É apavorante, intenso, esplêndido, bom e ruim. Uma mistura engraçada de todos os ingredientes que podem fazer um bolo crescer ou queimar, só que com a diferença que aprendi que se acontecer a segunda opção, dá para adicionar a cobertura e arriscar.









‘’Vou te pedir  que fique. Mesmo que o futuro seja de incertezas, mesmo que não haja nada duradouro, prescrito para gente (...) É um risco. Eu pulo, se você me der a mão.’’

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Sou feita de carne, só que sou do amor.




A palavra apego sempre foi um probleminha, ou melhor um problema gigante! 



Então eu acordei certa manhã e resolvi não checar meu celular em busca de alguma mensagem, nada de apelidos bonitinhos, de coração no final das frases. E por falar nesse tal coração, eu resolvi deixar ele bem distante. Risquei o dormir de conchinha, aqueles 10 segundos de olho no olho, dedos entrelaçados e qualquer coisa que envolvesse a palavra carinho. Simplesmente porque ia ser um pulo para ternura, afeto, amor . E por esse caminho eu já andei na contramão e de olhos fechados. Veja só que engraçado, justamente o que eu mais oferecia as pessoas, eu passei a negar a partir daquele momento.
Nada de reviver a noite anterior no café da manhã, nada de sorriso bobo nos lábios, de esperar uma ligação, ou sentir o perfume dele no seu cabelo. Suspiros então? Estava fora de cogitação, de doce mesmo só meu brigadeiro queimado. Era fácil, um amigo me disse que aquela corda da expectativa não te sufocaria no dia seguinte, me prometeu que eu me sentiria livre. E quem afinal de contas não quer sentir aquela euforia, a liberdade?
Ele não mentiu, a sensação era justamente essa, porém o que eu não esperava é que no segundo seguinte batesse uma falta gigante dentro de mim. Uma saudade das minhas neuroses, das minhas queixas, das minhas esperanças, da minha mania tola de marcar um gesto.  ‘’Ei! Vem cá fulano, é assim? Você também sente falta de você?’’

Uma semana! Foi esse o tempo que durou a tentativa de viver sem dar importância, de dar um beijo e não sentir o gosto da boca. Só que bastou para ter criado a certeza que não fui feita para casos, eu gosto de historias e de preferência, as longas com muito drama e amor.







‘’Sou sentimental, sei disso. Sou dependente e boba, sei disso também!’’